Edifício já serviu
de escritório regional do INSS. Hoje está em situação precária e a
Prefeitura nada faz. (Foto: Fernando Araújo)
Localizado na
avenida Presidente Vargas, um prédio público chama atenção pelo seu
péssimo estado. Cercado por uma estrutura de metal azul escuro, com a
logomarca da Prefeitura Municipal de Belém (PMB), o edifício tem as
paredes pichadas e deterioradas.
Há 20 anos, o prédio que
funcionava como escritório regional do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) foi desativado. Com passar do tempo, o edifício de 5
andares já serviu de abrigo de usuário de drogas e moradores de rua e
ganhou o apelido de ‘cortiço do Zenaldo’ (prefeito de Belém Zenaldo
Coutinho). Em maio de 2012, cerca de 100 famílias ocuparam o edifício
por 24h, mas logo foram expulsas pela Guarda Municipal de Belém.
A Prefeitura se responsabilizou
pelo patrimônio público, que cogitou em fazer uma reforma para abrigar a
Secretaria Municipal de Administração (Semad), mas não iniciou nenhuma
obra no local. Porém, mesmo cercado e com as janelas e buracos tapados
com uma parede de tijolos, a negligência com o prédio público continua.
O guardador de carros Batista
Monteiro, 52 anos, trabalha na Presidente Vargas há 40 anos. Ele
acompanhou todo o processo de desocupação e lamenta em ver a atual
situação do imóvel, que fica entre as ruas Ó de Almeida e Aristides
Lobo. “Os bandidos de madrugada entram. Dormem. Vendem drogas. É um
perigo”, disse. As paredes que foram feitas pela Prefeitura para evitar a
entrada de invasores estão sendo quebradas.
ACIDENTE
Segundo Batista, outro receio comum é
que aconteça algum acidente uma vez que, basta um olhar mais atento para
perceber que as caixas de ar-condicionado, concreto e parte do forro
estão com suas estruturas comprometidas. O guardador de carro afirma que
já viu cair vidros das janelas e pedaços de paredes. Quando chove, o
risco destes materiais despencarem nos carros e nas pessoas que passam
pela calçada estreita é ainda maior.
Hélio Melo, 56, também é guardador de
carros naquela área. Trabalhando na avenida há 45 anos, ele diz que o
prédio, que “deveria servir como algo útil à sociedade”, hoje causa
transtornos por acumular água parada e possivelmente formar focos de
mosquito Aedes aegypti, transmissor da febre chikungunya, zika e dengue.
“Dentro só é lixo e água parada por causa das goteiras. Ninguém limpa”,
comentou, apontando para o edifício.
SEM RESPOSTA
A Prefeitura de Belém foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
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